Grifar – Utilidade Baixa
Prepara-se para dar um descanso ao seu
grifador amarelo. O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes
importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais
é tão popular: praticamente não requer esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está
organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode
ter alguma (pouca) utilidade quando combinada com outras técnicas.
Releitura – Utilidade Baixa
Reler um conteúdo, em regra, é menos
efetivo do que as demais técnicas apresentadas. O estudo, no entanto,
mostrou que determinados tipos de leitura (massive rereading)
podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo
período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por
diversas vezes.
Mnemônicos – Utilidade Baixa
Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é
algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e
facilitar a memorização (diz-se de técnica, exercício etc.); fácil de
ser lembrado; de fácil memorização.
Em apostilas e sites de concursos
públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras
ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República
Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).
O estudo da Psychological Science in the
Public Interest mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as
palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui
palavras-chaves fáceis de memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a
geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso
de mnemônicos. Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo
antes de teste.
Visualização – Utilidade Baixa
Os pesquisadores pediram que estudantes
imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi
apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais
longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.
Surpreendentemente (ao menos para mim), a
transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou
aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os
benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de
mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho a
conexão de ideias e conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do
estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que
exijam conhecimentos inferidos de textos.
Resumos – Utilidade Baixa
Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de
utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e
reler textos. O paper diz que a técnica pode ser uma estratégia efetiva
para estudantes que já são hábeis em produzir resumos.
Interrogação Elaborativa – Utilidade Moderada
A técnica de interrogação elaborativa
consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos
apresentados no texto são verdadeiros.
O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.
Seguindo o exemplo que demos pouco
antes, em vez de decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria
perguntar-se por que o Brasil adota a dignidade da pessoa humana como
fundamento da República? E buscar a resposta na origem do estado
democrático de Direito e na adoção do princípio da dignidade da pessoa
humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução
Francesa.
Note que esse tipo de estudo requer um
esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de
determinado fato, investigando suas origens.
Falando especificamente de concursos
públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de
responder redações e questões discursivas.
Auto-Explicação – Utilidade Moderada
A auto-explicação mostrou-se ser uma
técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática,
trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para
você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.
Estudo Intercalado – Utilidade Moderada
A pesquisa procurou saber se era mais
efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de
conteúdos de uma maneira mais aleatória.
Os cientistas concluíram que a
intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos
físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).
O principal benefício da intercalação,
como já havíamos observado, é fazer com que a pessoa consiga manter-se
mais tempo estudando.
Teste Prático – Utilidade Alta
Realizar testes práticos sobre o que
você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A
pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas
vezes mais eficiente do que outras técnicas.
No caso específico de concursos
públicos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas
anteriores. Não apenas do cargo para o qual você está estudando, mas
qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.
Como já recomendamos anteriormente, a
maneira mais fácil de realizar testes é utilizando sistemas específicos
para isso, como o site Questões de Concursos.
Prática Distribuída – Utilidade Alta
A prática distribuída consiste em
distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a
aprendizagem em um bloco só (a.k.a. na véspera da prova).
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de
distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o
conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo
por cinco anos, você deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se
quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.
A prática distribuída também pode ser
interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo
do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de
manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.
*Estudo publicado em janeiro de 2013 na revista científica Psychological Science in the Public Interest avaliou 10 técnicas comuns de aprendizagem para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade.
Daqui: http://mude.nu
Um comentário:
Olá, querida Soninha
Eu tenho por costume ler e já anotar e fazer resumo... só se for uma leitura excepcional... mas, terei que voltar e resumir... TUDO que leio eu resumo... me é de grande valia...
Bjm fraternal e ótimo fim de Domingo!
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